Não consegui fazer uma análise adequada da PEC e fico preocupado, aliás, preocupam-me sempre as "emendas constitucionais" que acho que deveriam ser muito vigiadas pela população como um todo. Afinal o Congresso, Senado e Câmara, não foram eleitos para mexer na Constituição, o que vivem fazendo, e o fazem para atender a interesses que não são da maioria da população. Foi por isto que tivemos um Congresso constituinte, para redigir a Constituição que, sabiamente, deixou a possibilidade de emendas porém sem o cuidado de garantir uma vigilância mais ampla da população sobre as mesmas. Agora, há uma aparência de economia de recursos com a redução dos deputados e senadores, quando, na verdade haveria outra redução de recursos que poderia ser mais efetiva e tem sido a tônica de nossa insatisfação com o Congresso que com os gastos gerais e perdulários que ali são feitos, estes, sim, significativos e importantes que fossem diminuídos e, certamente, se estes gastos perdulários fossem cortados de modo que cada parlamentar custasse apenas o seu salário (sua contribuição mensal) e talvez um coeficiente 1, quero dizer, mais outro tanto, para as despesas do seu trabalho (pagar assessores e os demais gastos) aí, sim haveria um economia significativa. Reduzir em 1/3 os deputados representa um risco para que as minorias fiquem ainda menos representadas e portanto um reforço para os chamados "grandes partidos" o que é terrivelmente antidemocrático. Haveria que se pensar mais profundamente nesta questão e certamente tirar-lhe a etiqueta de economia que é uma falsa etiqueta.
O que ocorreu com esses bandoleiros da República que se julgam acima das leis? Fizeram aprovar uma lei de anistia penal, para regularizar a situação deles. Isso é ato de castas dominantes. E é o que pode ocorrer com a Operação Lava Jato. Falta ao Brasil muita coisa para que ele se transforme numa grande nação: uma delas é muito simples e poderíamos praticar desde agora: ter vergonha na cara! Isso só depende de cada um de nós. Menos hipocrisia e mais exemplaridade faria muito bem ao Brasil. Alguém assinaria comigo esse manifesto?
Mas corrupto não tem partido e nem podemos ter os nossos corruptos de cabeceira. Quem for corrupto e que um processo feito corretamente comprove, que pague todo aquilo que nos deve. Mas sem que a Justiça escorregue como novamente o juiz da República do Paraná escorregou na condução coercitiva do jornalista Breno Altman, que por sorte não se encontrava em casa, mas em Brasília, onde se apresentou livremente à Polícia Federal sendo lá interrogado, "Atendendo a orientação dos próprios agentes federais, compareci à sede brasiliense da instituição. Meu depoimento foi tomado durante cerca de uma hora, em clima cordial e respeitoso." A polícia pode e deve ser respeitosa, a justiça pode e deve ser correta evitando conduções coercitivas fora da lei.
Isto mostra que este indivíduo, sentado dentro do poder judicial, e que manifestou publicamente pedindo perdão pelo "deslize" cometido contra Lula, apenas no caso da divulgação irregular das conversas telefônicas, não está preparado emocionalmente e eticamente para o cargo que ocupa. Como o autor em outra manifestação usou parte do nome deste juiz, repetidas vezes, sugerindo atitudes heroica, na palavra morosidade, por exemplo, numa indireta sugestão de que referido indivíduo é lépido e prático, caberia agora se manifestar sobre esta nova ação de conduzir coercitivamente um jornalista contra o qual não há absolutamente nenhum crime pendente e nem mesmo que tenha sido convocado a depor e se se tenha recusado quando então caberia ser conduzido coercitivamente. Ou defendemos, intransigentemente a lisura dos processos judiciais ou vamos criar um capítulo kafkiano de nossa história recente, e Kafka, merece ser citado, ele ainda está em dia, já Montesquieu perdeu a validade junto com os filósofos dos séculos passados.
Justiça incorreta torna-se um grave perigo, é um prenúncio de ditadura, uma ditadura de burocratas travestidos de juiz e com inclinações partidárias visíveis.